Quando a Petrobras precisou apresentar seus resultados financeiros ao mercado internacional após escândalos de corrupção, a adoção rigorosa das normas do IASB foi determinante para recuperar a confiança de investidores. O mesmo se aplica a empresas que buscam abrir capital, captar recursos no exterior ou simplesmente manter a credibilidade perante seus acionistas. Nesses cenários, não basta “fazer contabilidade”. É preciso falar a mesma linguagem contábil que o mercado global exige — e essa linguagem se chama IFRS.
O IASB (International Accounting Standards Board) é o órgão que desenvolve as IFRS (Normas Internacionais de Relatório Financeiro), que definem como as empresas devem reconhecer, mensurar e divulgar seus ativos, receitas e obrigações. Normas como a IFRS 16 (arrendamentos), IFRS 13 (valor justo) e IAS 36 (impairment) afetam diretamente o balanço patrimonial, os indicadores financeiros e até a estratégia de negócios.
Mais do que entender as normas, as empresas precisam aplicá-las com precisão técnica. E é aqui que entra o papel da CPCON: com experiência comprovada em avaliação de ativos e gestão contábil estratégica, nós oferecemos o suporte necessário para transformar a complexidade das IFRS em vantagem competitiva real.
Neste conteúdo, você vai entender o que é o IASB, como suas normas funcionam na prática e de que forma sua empresa pode se beneficiar ao adotar os padrões contábeis internacionais com apoio especializado.
O que é o IASB e qual o seu papel no cenário global
O IASB (International Accounting Standards Board) é uma entidade independente sediada em Londres, responsável pela criação e atualização das IFRS — International Financial Reporting Standards, ou Normas Internacionais de Relatório Financeiro. Seu papel central é garantir que empresas no mundo todo apresentem suas informações financeiras de maneira clara, confiável e padronizada.
A importância do IASB não está apenas na produção de normas técnicas. Ele influencia diretamente decisões de negócio, desde captação de recursos até fusões, aquisições e reestruturações societárias. Bancos, auditorias, órgãos reguladores e investidores internacionais utilizam as IFRS como referência para analisar a saúde financeira e a transparência das organizações.
Criado em 2001 para substituir o antigo IASC (International Accounting Standards Committee), o IASB nasceu da necessidade de profissionalizar a elaboração das normas e adaptá-las à nova dinâmica do mercado global, especialmente após crises contábeis como a da Enron e da WorldCom no início dos anos 2000.


Desde então, suas normas são adotadas por mais de 140 países — incluindo o Brasil, que passou a seguir os padrões internacionais de forma mais rigorosa a partir da Lei nº 11.638/2007, posteriormente regulamentada por normas do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) alinhadas às IFRS.
A adoção das IFRS trouxe uma revolução para a contabilidade empresarial. Empresas passaram a ter que lidar com novos critérios de mensuração, reconhecer contratos e ativos de forma mais fiel à realidade econômica e estruturar relatórios que fossem compreendidos por investidores de qualquer parte do mundo.
Linha do tempo do IASB: da criação às normas IFRS
A trajetória do IASB é marcada por mudanças estruturais profundas no modo como empresas do mundo inteiro reportam suas informações financeiras. Entender essa evolução ajuda a compreender por que as IFRS se tornaram tão necessárias para negócios que precisam de governança, auditoria e acesso a mercados globais.
Do IASC ao IFRS: o caminho da padronização
Tudo começou em 1973 com o IASC (International Accounting Standards Committee), criado por um grupo de entidades contábeis de diversos países com o objetivo de promover a harmonização das práticas contábeis internacionais. Durante quase três décadas, o IASC emitiu as IAS (International Accounting Standards), normas que já buscavam uniformizar os critérios de reconhecimento, mensuração e divulgação contábil.
No entanto, à medida que o mercado financeiro se globalizou, e as operações empresariais se tornaram mais complexas, ficou claro que era necessário um novo modelo de governança, mais técnico, independente e com maior capacidade de adaptação. Foi assim que, em 2001, surgiu o IASB.
A criação do IASB foi acompanhada pela fundação da IFRS Foundation, entidade sem fins lucrativos responsável por supervisionar o conselho e garantir que seu trabalho seguisse princípios de interesse público. O IASB passou então a revisar e substituir gradualmente as antigas IAS por novas normas, denominadas IFRS (International Financial Reporting Standards), com linguagem mais atual, estrutura modular e maior foco em princípios.
Hoje, algumas IAS ainda permanecem em vigor, como a IAS 36 (Impairment) e a IAS 38 (Ativos Intangíveis), mas são constantemente revisadas para manter sua aderência às práticas contemporâneas.
Parcerias estratégicas: IASB e FASB no Projeto de Convergência
Um marco importante na história do IASB foi o projeto de convergência com o FASB (Financial Accounting Standards Board), dos Estados Unidos. Apesar dos EUA não adotarem formalmente as IFRS, o diálogo entre os dois conselhos trouxe avanços significativos para alinhar conceitos fundamentais e reduzir diferenças entre as normas internacionais e os US GAAP (Generally Accepted Accounting Principles).
Esse esforço de convergência resultou em normas como a IFRS 15 (Receita de Contratos com Clientes) e a IFRS 16 (Arrendamentos), que já nasceram com forte alinhamento conceitual entre os dois sistemas contábeis. Isso facilita a vida de empresas multinacionais e aumenta a confiabilidade dos relatórios financeiros apresentados em diferentes jurisdições.
A atuação do IASB, portanto, vai além de emitir normas: ele também promove estabilidade, diálogo técnico e evolução contínua das práticas contábeis globais.
Principais normas IFRS e seus impactos nas empresas
As IFRS não são apenas diretrizes técnicas: elas moldam diretamente a forma como uma empresa apresenta seus resultados, avalia seus ativos, reconhece receitas e negocia com investidores e instituições financeiras.
Algumas dessas normas causaram verdadeiras reestruturações nos balanços corporativos, exigindo mudanças em processos, sistemas e até mesmo estratégias de negócio.
Vamos conhecer três das IFRS mais impactantes na prática empresarial e entender por que é essencial aplicá-las com precisão.
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros
Essa norma regula a classificação, mensuração e reconhecimento de perdas de ativos financeiros. Ela substituiu a IAS 39 e trouxe mudanças significativas, especialmente para instituições financeiras e empresas com grande volume de operações com derivativos, investimentos e contas a receber.
Principais impactos:
- Adoção do modelo de perdas esperadas (impairment), exigindo projeções mais realistas sobre a inadimplência.
- Reclassificação de ativos com base no modelo de negócios e características contratuais.
- Maior transparência sobre risco de crédito.
Na prática: empresas passaram a provisionar perdas de forma mais preventiva, o que pode afetar diretamente o resultado operacional.
IFRS 15 – Receita de Contratos com Clientes
A IFRS 15 substituiu diversas normas e interpretações sobre reconhecimento de receita, introduzindo um modelo único baseado em cinco etapas. Seu objetivo é garantir que a receita seja reconhecida quando (e na medida em que) a obrigação de desempenho é cumprida.
Principais impactos:
- Uniformização do critério de reconhecimento de receita.
- Revisão de contratos de longo prazo (como construção e software).
- Exigência de detalhamento sobre o momento da entrega de valor ao cliente.
Exemplo real: empresas de tecnologia que vendem licenças com suporte e atualizações passaram a dividir a receita ao longo do tempo, afetando indicadores como faturamento e EBITDA.
IFRS 16 – Arrendamentos
Essa norma transformou a forma como arrendamentos são tratados. Antes, contratos operacionais não apareciam no balanço. Com a IFRS 16, arrendatários devem reconhecer um ativo de direito de uso e um passivo de arrendamento para quase todos os contratos de aluguel.
Principais impactos:
- Reconhecimento de novos ativos e passivos no balanço.
- Aumento do EBITDA (pois a despesa de aluguel é substituída por depreciação e juros).
- Mudanças nos índices de endividamento e retorno sobre ativos.
Na prática: empresas com muitos contratos de aluguel (ex: varejo, logística) viram seus demonstrativos financeiros serem completamente remodelados.

IFRS 13 e o valor justo: como mensurar ativos de forma confiável
Poucas normas influenciam tantas outras quanto a IFRS 13 – Mensuração do Valor Justo. Ela não cria exigências de reconhecimento, mas define com precisão como o valor justo deve ser determinado sempre que uma norma o exigir.
O que é Valor Justo?
De forma simples e direta, valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago pela transferência de um passivo entre participantes do mercado, em uma transação ordenada, na data da mensuração.
Diferente do valor contábil histórico, o valor justo reflete o valor de mercado atual, considerando as condições reais e específicas daquele ativo ou passivo.
Hierarquia do Valor Justo: Níveis 1, 2 e 3
A IFRS 13 estabeleceu uma hierarquia de inputs para garantir a qualidade e a transparência da mensuração:
- Nível 1: preços cotados em mercados ativos para ativos ou passivos idênticos (ex: ações na bolsa).
- Nível 2: dados observáveis para ativos similares, ajustados por fatores específicos (ex: imóveis comerciais com base em transações recentes).
- Nível 3: dados não observáveis, baseados em premissas internas ou modelos financeiros (ex: ativos únicos ou sem mercado ativo).
É justamente nos Níveis 2 e 3 que a maior parte das empresas brasileiras se encontra — e onde os riscos de erro ou distorção aumentam significativamente sem o suporte técnico adequado.
Como o valor justo impacta a empresa na prática
O valor justo influencia diretamente:
- O balanço patrimonial, afetando ativos como imóveis, terrenos, máquinas, investimentos e instrumentos financeiros.
- A demonstração do resultado, no caso de reavaliações, ganhos ou perdas.
- A percepção de valor da empresa por parte de investidores, credores e stakeholders.
Por exemplo, ao atualizar o valor justo de um ativo imobilizado com base em laudos técnicos, a empresa pode melhorar a qualidade de seu patrimônio líquido, adequar sua contabilidade a normas internacionais e evitar ajustes inesperados em auditorias.
Como a CPCON atua nesse processo
A mensuração ao valor justo exige não apenas conhecimento contábil, mas também experiência em avaliação técnica de ativos físicos e financeiros. E é exatamente nessa intersecção entre contabilidade e engenharia que o Grupo CPCON se posiciona como líder.
A CPCON realiza avaliações precisas e auditáveis para imóveis, terrenos, ativos industriais, máquinas e equipamentos.
IAS 36: o teste de recuperabilidade que evita surpresas
Imagine descobrir, em meio a uma auditoria, que parte do ativo imobilizado da sua empresa está registrado por um valor irrecuperável — e que isso vai exigir um ajuste contábil com impacto direto no resultado do exercício. Situações assim não são raras e, para evitá-las, existe a IAS 36 — a norma que trata do impairment, ou teste de recuperabilidade.
Esse teste é um pilar essencial das IFRS, pois garante que os ativos estejam registrados por valores que, de fato, possam ser recuperados por meio do uso ou da venda. E o erro aqui custa caro: além de comprometer a transparência, pode gerar inconsistências nas demonstrações financeiras e problemas com auditorias.
O que é o teste de recuperabilidade (impairment)?
A IAS 36 exige que empresas verifiquem, periodicamente, se existem indícios de que um ativo — ou grupo de ativos — pode estar superavaliado. Se houver, é obrigatório realizar o teste de impairment para verificar se o valor contábil do ativo é maior do que seu valor recuperável.
Esse valor recuperável é definido como o maior entre:
- Valor em uso: o valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados com o uso contínuo do ativo.
- Valor justo líquido de despesas de venda: o preço de venda estimado do ativo, subtraídos os custos da transação.
Se o valor contábil superar esse valor recuperável, a empresa deve reconhecer uma perda por impairment, ajustando o ativo ao novo valor.
Principais impactos:
- Redução do valor contábil de ativos no balanço patrimonial.
- Reconhecimento de despesas que afetam diretamente o lucro do período.
- Necessidade de revisão de projeções econômicas e estratégicas.
- Exigência de laudos técnicos e relatórios financeiros consistentes.

IFRS 15: o desafio do reconhecimento de receita
Reconhecer receita parece algo simples à primeira vista: vendeu, registrou. Mas para muitas empresas, especialmente aquelas que operam com contratos de longo prazo, pacotes de serviços ou entregas contínuas, a resposta está longe de ser direta. É exatamente por isso que foi criada a IFRS 15 – Receita de Contratos com Clientes, norma que estabeleceu um modelo único e mais rigoroso para esse reconhecimento.
Ela substituiu diversas normas anteriores e trouxe uma abordagem baseada no desempenho real da empresa perante seus clientes, exigindo análise detalhada de contratos, obrigações e prazos.
Os 5 passos da IFRS 15
A norma introduz um processo de cinco etapas para identificar, mensurar e reconhecer a receita:
- Identificar o contrato com o cliente.
- Identificar as obrigações de desempenho.
- Determinar o preço da transação.
- Alocar o preço entre as obrigações.
- Reconhecer a receita conforme a obrigação for satisfeita.
Principais impactos:
- Revisão completa da forma como os contratos são interpretados.
- Necessidade de separar componentes distintos de um contrato (ex: venda + manutenção).
- Impacto direto nos resultados, principalmente em empresas com contratos de longo prazo.
- Exigência de controles internos mais precisos para acompanhar o cumprimento das obrigações.
Setores mais impactados pela IFRS 15
A norma teve impacto relevante em segmentos como:
- Construção civil e engenharia: contratos de execução contínua exigem o reconhecimento da receita ao longo da obra.
- Tecnologia e software: quando há licenças, suporte e atualizações, a receita precisa ser distribuída no tempo.
- Telecomunicações: venda de aparelhos junto com planos exige separação de componentes e alocação de valores.
Empresas desses setores viram a necessidade de reavaliar seus contratos, atualizar sistemas e reformular políticas contábeis.
IFRS 16: o que muda no reconhecimento de arrendamentos
A publicação da IFRS 16 representou uma das maiores mudanças contábeis dos últimos anos. Essa norma redefiniu completamente a forma como os contratos de arrendamento são registrados pelas empresas, eliminando a antiga distinção entre arrendamentos operacionais e financeiros — pelo menos do ponto de vista do arrendatário.
Antes, era comum que empresas com diversos contratos de aluguel mantivessem essas obrigações fora do balanço, impactando apenas a demonstração de resultados. Com a IFRS 16, praticamente todos os contratos passaram a ser refletidos como ativos e passivos no balanço patrimonial, trazendo maior transparência e alinhamento com a realidade econômica.
O que a norma exige?
A partir da entrada em vigor da IFRS 16 (em 2019, no Brasil via CPC 06 R2), as empresas devem reconhecer:
- Um ativo de direito de uso, que representa o benefício econômico futuro do bem arrendado.
- Um passivo de arrendamento, que reflete o compromisso de pagamento ao longo do contrato.
Principais impactos:
- Aumento dos ativos e passivos no balanço, o que afeta índices como alavancagem e capital próprio.
- Crescimento do EBITDA, já que a despesa de aluguel é substituída por depreciação e juros.
- Necessidade de revisão de contratos e renegociação com fornecedores e bancos.
- Maior atenção dos auditores quanto à classificação e mensuração dos contratos.
Empresas com grandes estruturas físicas — como varejistas, redes logísticas, hospitais e operadores industriais — sentiram os maiores impactos, especialmente em termos de análise de crédito e performance financeira.
A importância da avaliação correta dos ativos arrendados
Uma das maiores dificuldades na aplicação da IFRS 16 está na mensuração inicial do ativo de direito de uso. Em muitos casos, especialmente quando o arrendamento envolve imóveis industriais, comerciais ou equipamentos de uso específico, é necessário estimar com precisão o valor justo do ativo.
A CPCON apoia esse processo com avaliações técnicas que seguem padrões internacionais, permitindo que as empresas registrem seus contratos com base em dados confiáveis e auditáveis. Isso reduz riscos de erro contábil, facilita o diálogo com auditores e assegura que os impactos financeiros estejam refletidos corretamente nas demonstrações.
A IFRS 16 exige mais do que ajustes contábeis: ela impõe uma nova forma de pensar nos contratos de uso, trazendo à tona o custo real das operações. E interpretar esses efeitos com clareza é essencial para a gestão estratégica do negócio.
IAS 38 e a complexidade dos ativos intangíveis
Marcas, softwares, patentes, franquias, know-how técnico, licenças exclusivas. Esses são exemplos de ativos intangíveis — bens que não têm forma física, mas que podem representar uma parte significativa do valor de uma empresa.
Em setores como tecnologia, saúde, educação e varejo, esses ativos frequentemente superam os ativos tangíveis em termos de importância estratégica.
A IAS 38 é a norma que estabelece os critérios de reconhecimento, mensuração e amortização dos ativos intangíveis.
O que é considerado um ativo intangível?
De acordo com a IAS 38, um ativo intangível é um recurso identificável, não monetário e sem substância física, que:
- É controlado pela entidade como resultado de eventos passados.
- Gera benefícios econômicos futuros prováveis.
- Pode ser mensurado com confiabilidade.
A norma faz distinção clara entre ativos intangíveis adquiridos de terceiros (por compra ou fusão) e os gerados internamente.
Já os intangíveis desenvolvidos internamente (como sistemas, marcas ou fórmulas desenvolvidas pela própria empresa) enfrentam restrições maiores.
Principais impactos:
- Dificuldade em determinar se o custo deve ser ativado ou lançado como despesa.
- Riscos de superavaliação ou subavaliação de ativos não físicos.
- Necessidade de revisões periódicas (impairment) para testar a continuidade do valor dos ativos intangíveis.
- Relevância crescente dos intangíveis na análise de valor de empresas, especialmente em contextos de fusões, aquisições ou reorganizações societárias.
E onde a avaliação entra nesse processo?
A mensuração dos ativos intangíveis, especialmente os adquiridos em operações de M&A ou reestruturações, exige laudos técnicos que fundamentam o valor econômico desses bens.
No caso de intangíveis relacionados a imóveis, como o valor de ponto comercial, fundo de comércio ou licenças de operação, é comum que eles estejam ligados diretamente ao ativo físico.
O papel da materialidade na aplicação das IFRS
Ao elaborar as demonstrações financeiras, nem toda informação precisa estar presente. O que realmente importa é aquilo que faz diferença para quem toma decisões com base nesses relatórios. Esse é o princípio da materialidade — um dos pilares mais importantes e, ao mesmo tempo, mais subjetivos das IFRS.
O que é materialidade?
Materialidade é a capacidade que uma informação tem de influenciar as decisões econômicas dos usuários das demonstrações financeiras.
A IFRS Practice Statement 2, emitida pelo próprio IASB, reforça que a materialidade não se resume a um valor numérico fixo. Trata-se de um julgamento contextual, que deve considerar:
- O tamanho do item ou erro (quantitativo).
- A natureza da informação (qualitativo).
- O impacto na visão geral do desempenho ou da posição financeira da entidade.
Por isso, dois ativos de mesmo valor podem ter materialidade diferente dependendo da estrutura, setor e operação da empresa.
Principais impactos:
- Influência direta na decisão de divulgar ou não determinada informação.
- Definição do nível de detalhamento necessário nas notas explicativas.
- Orientação sobre a necessidade (ou não) de correções em auditoria.
- Auxílio na priorização de controles internos e foco dos procedimentos contábeis.
Materialidade na prática: o que avaliar?
Imagine uma empresa que possui um ativo de R$ 2 milhões. Esse valor pode ser considerado relevante em uma PME, mas irrelevante em uma companhia listada com patrimônio superior a R$10 bilhões.
Agora, suponha que esse ativo é um equipamento essencial para o funcionamento de uma planta industrial. Mesmo que o valor não seja tão expressivo, a natureza do item o torna material.

Diferenças entre as normas do IASB e do CPC: o que sua empresa precisa saber
No Brasil, as normas contábeis internacionais (IFRS) são traduzidas e adaptadas pelo CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, em parceria com a CVM, o CFC e outras entidades reguladoras.
Embora exista um esforço claro de alinhamento com as normas do IASB, ainda há diferenças relevantes que podem gerar dúvidas ou impactos práticos significativos para as empresas.
Entender essas diferenças é fundamental para quem atua em ambientes regulatórios mistos, precisa atender simultaneamente a auditorias locais e internacionais ou quer garantir que as demonstrações refletem com precisão a realidade do negócio.
Pontos de convergência
Desde 2008, com a promulgação da Lei nº 11.638, o Brasil passou a adotar formalmente os padrões internacionais, e hoje os pronunciamentos do CPC seguem quase integralmente os textos emitidos pelo IASB.
Ou seja, em essência, as IFRS são válidas no Brasil, mas sob a forma de pronunciamentos técnicos CPC. Por exemplo:
- IFRS 16 → CPC 06 (R2) – Arrendamentos
- IFRS 15 → CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente
- IAS 36 → CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável
- IFRS 13 → Base conceitual para valor justo nos laudos de avaliação
A convergência facilitou bastante a atuação de multinacionais e empresas que precisam apresentar relatórios para investidores estrangeiros.
Diferenças que ainda exigem atenção
Apesar do alinhamento geral, algumas diferenças práticas continuam existindo:
- Ênfase regulatória: no Brasil, a CVM e a Receita Federal impõem exigências específicas que podem gerar ajustes nos lançamentos contábeis, principalmente para fins fiscais.
- Formas de apresentação: determinadas demonstrações, como a de fluxo de caixa, podem seguir layouts e detalhamentos distintos, dependendo se o foco é IFRS ou legislação societária nacional.
- Julgamento profissional: enquanto as IFRS valorizam mais os princípios (e o julgamento técnico), a contabilidade brasileira ainda conserva traços mais prescritivos e normativos, exigindo que o profissional saiba equilibrar interpretação com formalismo.
- Normas específicas locais: existem regras contábeis que não têm correspondência direta com as IFRS, como as exigências do SPED Contábil e os critérios de escrituração fiscal.
Como garantir conformidade sem conflito
Empresas que atuam com ambos os referenciais precisam ter clareza de qual base normativa está sendo aplicada em cada contexto, especialmente quando elaboram demonstrações financeiras para fins societários, fiscais ou gerenciais.
É por isso que o suporte técnico e a padronização de critérios são tão importantes. Ao contar com análises e pareceres contábeis consistentes, baseados tanto nos princípios das IFRS quanto nas exigências brasileiras, a empresa reduz riscos de inconsistência, retrabalho e questionamentos de auditoria.
O Grupo CPCON atua justamente nesse ponto de conexão: alinhando suas entregas às exigências do CPC e do IASB, com foco em clareza, aplicabilidade e segurança técnica.
Sua empresa pronta para a realidade contábil global com a CPCON
Aplicar corretamente as normas do IASB vai muito além de uma exigência técnica — é uma escolha estratégica para empresas que querem crescer com solidez, transparência e credibilidade. Em um ambiente onde decisões são tomadas com base em dados financeiros, a confiança nas demonstrações é essencial.
O desafio não está apenas em entender essas normas, mas em aplicá-las com precisão e contexto, considerando a realidade de cada operação.
Estar em conformidade com o IASB é, hoje, um sinal de maturidade contábil e compromisso com a governança. Mais do que isso, é uma forma de preparar sua empresa para oportunidades maiores — novos mercados, investidores exigentes e auditorias cada vez mais criteriosas.
Fale com a gente e saiba mais!
FAQ
1. O que é o IASB e qual sua função na contabilidade?
O IASB (International Accounting Standards Board) é o órgão responsável por criar as IFRS, normas contábeis internacionais que garantem consistência e transparência nas demonstrações financeiras.
2. Qual a diferença entre as normas do IASB e as normas brasileiras do CPC?
As normas do CPC são a adaptação brasileira das IFRS. Embora estejam alinhadas, há diferenças em exigências regulatórias, grau de prescrição e critérios de apresentação.
3. O que é valor justo segundo a IFRS 13?
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago pela transferência de um passivo em condições normais de mercado, mensurado com base em dados observáveis ou modelos financeiros.
4. O que é o teste de impairment previsto na IAS 36?
É a verificação periódica do valor recuperável de ativos. Quando o valor contábil de um ativo excede o que ele pode gerar economicamente, deve-se reconhecer uma perda por desvalorização.
5. Como a IFRS 16 impacta os contratos de aluguel das empresas?
A norma exige que quase todos os contratos de arrendamento sejam registrados no balanço como ativos e passivos, impactando indicadores como EBITDA, endividamento e retorno sobre ativos.
Este artigo da CPCON explora o IASB e suas normas IFRS, explicando como elas impactam as demonstrações financeiras das empresas. São abordadas as principais normas como IFRS 13 (valor justo), IAS 36 (impairment), IFRS 15 (receita), IFRS 16 (arrendamentos) e IAS 38 (intangíveis), com foco na aplicação prática, na diferença entre as IFRS e as normas brasileiras do CPC e no conceito de materialidade.
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